Olhando para os lados
Vejo olhos lacramejantes
De pessoas pobres
Que me olham
Não apenas um vez
Mas inúmeras reflexões
Faço dessas gentes
Que no fundo sonham
Comer e beber algo quente
O olhar é diferente
É um pedido de socorro
Não sai palavras
Apenas um olhar triste
As pessoas passam
E não entendem
Porque nunca lhe faltaram
O pão e nem o leite
É comum ouvir
O murmúrio de quem ver
Não por compaixão
Mas pela triste visão
Que o destino lhe reservou
As preces feita a Deus
Não é de provisão
Mas de livramento
Dessas gentes de olhar descontente
De quem é a culpa?
Dos céus ou da terra?
De Deus ou dos homens?
Do passado ou do presente?
Por que perdemos tempo,
Com indagações tão irrelevante?
A fome é agora
O pão precisa se partir hoje
Mas temos medo
Que o pão dessa rio a baixo
Que os pobres que nas calçadas vivem
Não nos reconheça
Ou não saibam dizer obrigado
Enquanto isso a gente ignora
A dor, o frio, a fome, o abandono
Preferimos fazer indagações
No qual não se tem resposta
Eliab Xavier