A cruz de cada dia
Da Santa dece Rio a baixo a cruz de cada dia,
Administrada pela SuperVia a cruz pesa nos ombros de quem dela não se desvia.
O homem ou a mulher que cedo madruga logo pega a cruz que dela seu corpo muito se machuca.
É um aperto aqui um empurrão lá todos só desejam no fim chegar.
Ao chegar em Deodoro a cruz de que falo não tem pena não tem dó, tudo fica mais difícil pra quem tem uma perna só.
O velho e a velha que juntos entram logo se separam por força maior, um de um lado o outro de outro deles só dar pra ver um pedaço do pescoço.
Nessa cruz gentileza de gente fina com eles não restam pois parece que esquecem sempre na esquina.
Do fim dessa cruz ruge sempre uma buzina, que nem por um tostão ela se afina.
A todo tempo nessa cruz passa gente sorridente aproveitando o momento pra vender o passa tempo.
Uns gritam daqui outros gritam de lá porém todos ficam atentos liberando o caminho para o camelô passar.
Essa cruz ao chegar à Central do Brasil em questão de segundos esvazia-se para logo novo sufoco começar, dessa vez afim de em Santa Cruz chegar.
Eliab Xavier
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